Em muitas empresas, a participação desse grupo não ultrapassa os 10% do time, conforme estudo da plataforma de realocação Maturi e da EY Brasil. De olho nesse descompasso e na escassez de mão de obra especializada, companhias como PepsiCo, Delloite, Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark estão desenvolvendo programas para aumentar a diversidade etária de suas equipes.
Intitulada «Por que pessoas 50+ não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?», a pesquisa mostra que 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos em 2040. Para absorver esse contingente de mão de obra sênior, as empresas terão de criar políticas consistentes para reduzir barreiras à entrada e manutenção desses profissionais no mercado.
Etaristas
Segundo a pesquisa da Maturi e EY, as próprias empresas reconhecem que são etaristas. Com a alta rotatividade dos profissionais, algumas empresas passaram a enxergar a responsabilidade, o comprometimento e a inteligência emocional como um diferencial dos 50+. «Por isso, é fundamental ter profissionais que saibam se comunicar e desenvolver produtos para esse público», diz Litvak, responsável pela implementação de projetos, consultorias e treinamentos ligados ao tema em empresas como Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark.
Mercado mira talentos 50+ para reduzir déficit na tecnologia
De um lado, a falta de profissionais qualificados para trabalhar na área de tecnologia da informação em contraposição a uma demanda gigante por parte das empresas. Do outro, uma série de profissionais com bastante maturidade e experiência – na área de tecnologia ou não – à procura de oportunidades em um tempo em que as carreiras estão cada vez mais longas, com o envelhecimento da população. Já segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada , em pesquisa de 2019, 27,3% dos profissionais sem ocupação com mais de 40 anos procuram um trabalho, sem sucesso, há pelo menos dois anos. Apenas 12% das empresas têm mais da metade de seus profissionais com mais de 50 anos.
A empresa foge à regra do mercado quando o assunto é idade, com 40% dos 120 funcionários – todos contratados em regime CLT – acima de 45 anos de idade. Outros 40% têm entre 35 e 45 anos. Esses profissionais estão espalhados por diversas áreas, como alta gestão, recursos humanos, marketing e, principalmente, tecnologia da informação.
Trabalho remoto como atrativo
Desde que chegou ao Brasil, há seis anos, o modelo de trabalho é híbrido, em que os funcionários escolhem entre trabalhar em casa ou no escritório, em São Paulo. A modalidade é vista como uma forma de retenção de talentos, principalmente entre os 50+.
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